por Fabrício Laguna, CBAP, PMP, Presidente do IIBA Capítulo São Paulo
Neste sábado (01/12/2012) fui convocado pelo Ministério do Trabalho para redefinir a ocupação do Analista de Negócios. Como Presidente do Capítulo São Paulo do IIBA, representei os ANs e contei com a preciosa ajuda do amigo Cláudio Kerber, grande parceiro na tradução do Guia BABOK para a língua Portuguesa.
Além de nós, estavam representantes de outras 3 ocupações: Relações públicas, Analistas de Mercado e Ouvidores.

Fabrício Laguna, Cláudio Kerber, Ouvidores, Relações Públicas e Analistas de Mercado com as condutoras da FIPE
Esse trabalho é uma iniciativa do Ministério com o apoio da FIPE para a revisão da CBO (Classificação Brasileira de Ocupações) seguindo um método Holandês que usa a condução de workshops com especialistas para definir as atividades e competências relativas a cada Ocupação profissional. O método DACUM (acrônimo para Developing A Curriculum), inicialmente desenvolvido para a elaboração de Currículos de Ensino, vem sendo utilizado pelo Ministério do Trabalho há anos para revisar a CBO e o resultado deverá ser finalmente divulgado nos próximos meses.
A CBO possui mais de 2500 ocupações e atribui a cada uma delas um código específico que é utilizado por todas as empresas para o recrutamento e registro dos profissionais contratados.
A ocupação de Analista de Negócios já existia na versão anterior da CBO, mas estava listada dentro de uma família ligada aos profissionais da publicidade e com atividades que não tinham nenhuma relação com o que entendemos hoje por Análise de Negócios ou do que é apresentado pelo Guia BABOK. Tivemos a oportunidade de rever isso e adequar.
Agora fazemos parte de outra família de ocupações junto com Gerentes de Comercialização, Relacionamento, Marketing e Vendas, além daquelas que estavam representadas conosco neste dia. Somos de uma família com perfil gerencial.
De início estranhamos a proximidade entre as ocupações, mas conforme o trabalho foi evoluindo durante o dia, vimos que realmente somos “parentes”. Por exemplo, muito do que um ouvidor faz ao receber uma demanda reclamatória é semelhante ao que o analista de negócios faz ao receber uma demanda para melhoria de um negócio. Os analistas de mercado, assim como nós e os relações públicas também analisam as demandas dos clientes, detectam expectativas e necessidades e elaboram recomendações de soluções.
De maneira geral, conseguimos contemplar todas as atividades listadas no BABOK e no nosso dia a dia. Até a palavra "requisitos" foi introduzida nos termos utilizados na CBO. É importante termos uma identidade profissional forte e alinhada aos padrões internacionais.
Além das atividades, cada ocupação deve ter uma descrição sumária (um texto curto que responda o que faz?, como faz? e por que?).
A descrição sumária que propuz para a ocupação do analista de negócios foi a do profissional que “apóia mudanças no contexto de uma organização entendendo as necessidades e recomendando soluções que maximizem o valor para as partes interessadas.” Esta descrição já está alinhada ao Modelo de Conceitos Centrais do Guia BABOK versão 3 que será lançado somente no ano que vem.
Gostei muito do resultado do trabalho e espero que ele possa contribuir positivamente para que empresas e profissionais tenham uma maior clareza sobre o papel do analista de negócios nas organizações.